“A
vendedora foi junto e houve uma longa sessão em que foram mostradas as diversas
formas de usar uma echarpe: fazendo duas voltas em torno do pescoço e deixando
as pontas nas costas; dando um nó do lado e jogando uma ponta para a frente e a
outra para trás; sobre a cabeça, cruzando na parte da frente do pescoço;
enrolada na alça da bolsa; por dentro do casaco e as mil outras que todas as
mulheres já nascem sabendo – como ela.”
Por que foi
incluída esta parte? Qual o propósito de descrever tantas maneiras de usar a
echarpe? A parte mais notável é a declaração de que toda mulher nasce sabendo
usar a peça – toda mulher, como a vendedora. Para que essa ênfase? Por que
distinguir entre todas as mulheres no mundo, e a vendedora? Na verdade, não há diferença
entre todas as mulheres e a vendedora. A diferença existe entra a vendedora e a
moça jovem. Esta não foi a única vez em que a diferença foi ilustrada – como
ela não ligava com a chuva como todo mundo. Ela é apresentada como inferior, e
de fato no fim diz que ela era simples, ingênua e feliz. A pergunta é então:
quem, como leitor, eu prefiro ser – vendedora, ou moça?
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