Thursday, October 13, 2016

7.

“Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. ”

Esta frase não teria tanta importância, se fosse literal. Apesar da natureza pouco incomum da circunstância, não há nada de extraordinária em pegar de um pau e tocar um morcego invasivo. Não há nada de extraordinária mesmo.

Mas este soneto não é literal. Descobrimos pouco depois que o morcego é apenas uma representação da consciência humana.

...ou será que é mesmo? Pois é dito, “A Consciência Humana é este morcego! ”, mas não se revela, se esta é observação ou comparação. Supomos que é comparação. Tem um sentido filosófico, e o autor explica como o morcego que vê no quarto também é como a consciência humana.

Mas supomos então que não há morcego nenhum no quarto dele. Isso então nos faz pensar no significado do pau. Qual é o pau com o qual alguém toca a sua própria consciência?

Talvez o pau seja a racionalização. Com ela, alguém bate na consciência até que não incomode mais.

Talvez seja a negação, com a qual alguém retira todas as armas de poder que a consciência possui.

Talvez seja a depressão, a qual ponto se perde o sentir e a consciência nem faz mais diferença.


Então olhe duas vezes antes de decidir o que é real e o que é apenas representação. Nunca se sabe quando é preciso o pau de madeira, e quando é preciso o pau de emoção.

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