“Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. ”
Esta frase não teria tanta importância, se
fosse literal. Apesar da natureza pouco incomum da circunstância, não há nada
de extraordinária em pegar de um pau e tocar um morcego invasivo. Não há nada
de extraordinária mesmo.
Mas este soneto não é literal. Descobrimos
pouco depois que o morcego é apenas uma representação da consciência humana.
...ou será que é mesmo? Pois é dito, “A
Consciência Humana é este morcego! ”, mas não se revela, se esta é observação
ou comparação. Supomos que é comparação. Tem um sentido filosófico, e o autor
explica como o morcego que vê no quarto também é como a consciência humana.
Mas supomos então que não há morcego nenhum no
quarto dele. Isso então nos faz pensar no significado do pau. Qual é o pau com
o qual alguém toca a sua própria consciência?
Talvez o pau seja a racionalização. Com ela, alguém
bate na consciência até que não incomode mais.
Talvez seja a negação, com a qual alguém retira
todas as armas de poder que a consciência possui.
Talvez seja a depressão, a qual ponto se perde
o sentir e a consciência nem faz mais diferença.
Então olhe duas vezes antes de decidir o que é
real e o que é apenas representação. Nunca se sabe quando é preciso o pau de
madeira, e quando é preciso o pau de emoção.
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