""Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela / Claridade imortal, que toda a luz resume!""
O poema inteiro é uma representação do descontentamento do homem consigo. Aqui, Machado mostra a ironia deste fato por meio dos desejos tolos da lua, a qual está demonstrando sua inveja do sol. A ironia aqui é tão
forte que dá uma certa graça à situação! A lua queria que tivesse a claridade
do sol, a “claridade imortal, que toda a luz resume”. O que não vê é que sua
luz é um reflexo direto da luz do sol, e que a sua claridade não é simplesmente
parecida com a do sol, mas é a
própria claridade do sol. São observações como essa que se perdem na inveja e
sua polução do juízo. Homens possuídos pelo desejo de algo aparentemente
melhor, especialmente quando aquilo parece distante ou difícil de conseguir,
muitas vezes deixam de ver que algo em sua posse é parecido, igual, ou melhor
que o objeto de seu cobiço.
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